quinta-feira, 14 de maio de 2009

Lavando Almas


É verdade que no primeiro tempo o time nem jogou bem. Contra um Vitória acuado, medroso e cheio de invencionices (Apodi no ataque? Valeu, Carpegiani!) o time errava passes a torto e a direito, dominando as ações mas criando poucas chances.

Um filme em minha cabeça passava uma reprise em outras cores: Vasco x Brasiliense.

Mas nada como uma reviravolta para agitar uma plateia. Aos 27 minutos Luciano Almeida, ex-Botafogo e que uma vez rejeitou o Vasco, deu uma bela assistência para Carlos Alberto, que ainda abriu caminho pela zaga antes de marcar 1x0.

Mais tranquilo, o time melhorou. Mesmo assim, o segundo gol saiu em outra falha da zaga baiana, que assistiu Carlos Alberto e Leo Lima trocarem passes após escanteio, até a bola sobrar aos pés de Élton: 2x0.

Parecia bom demais para ser verdade. Tanto que sorri forçadamente quando ouvi um torcedor dizer que "no primeiro tempo marcou dois, no segundo vai mais dois".

Ah, mas o Vasco é sempre surpreendente. No segundo tempo o time jogou como se o placar fosse zero a zero, sufocando o Vitória no seu campo. Das trocentas diferenças que se vê neste time em relação ao bando que jogava ano passado sobressaiu-se mais uma: o bom aproveitamento das bolas paradas.

Você se lembra da última vez que o Vasco marcou dois gols de falta no mesmo jogo? Puxando de cabeça, eu lembro de um Vasco 6x4 Goiás no Brasileirão de 2003, quando Marcelinho inventou a falta com paradinha. Deve ter sido esse aí.

Mostrando seu leque de opções, o Vasco fez o terceiro com Paulo Sérgio cobrando colocado.

E o quarto com Nílton explodindo a rede com a força de seu chute.

Explosão também de alegria nos rostos dos mais de 12 mil torcedores presentes a São Januário, nenhum deles, talvez, esperando tamanha vantagem para o segundo jogo.

Vitória com direito a olé, com Fernando seguro no gol, com chances perdidas, esperanças renovadas.

E com destaque para dois jogadores geralmente marcados pela torcida: Vílson, que finalmente mostra o potencial dos tempos de juniores, quando chegou a Seleção Brasileira.

E Léo Lima, regendo do meio-campo um carrossel marcado pela cruz de malta.

Que venham as semifinais!

Ficha técnica: Vasco 4 x 0 Vitória
Local: São Januário
Árbitro: Alicio Pena Júnior (MG)
Assistentes: Márcio Eustáquio Santiago (MG) e Helbert Costa Andrade (MG)
Renda: R$ 223.925,00
Público: 10.598 pagantes (12.677 presentes)
Gols: Carlos Alberto aos 27 e Élton aos 44 minutos do 1º tempo; Paulo Sérgio aos 11, Nilton aos 18 minutos do 2º tempo.
Cartões amarelos: Carlos Alberto, Paulo Sérgio, Amaral e Élton (Vasco); Ramon, Neto Baiano e Apodi (Vitória).
Expulsão: Luciano Almeida (Vitória) aos 16 minutos do 2º tempo.

VASCO
Fernando Prass; Paulo Sérgio, Vílson, Gian e Ramon; Amaral, Nilton, Léo Lima e Carlos Alberto (Alex Teixeira); Rodrigo Pimpão (Faioli) e Élton (Alan Kardec). Técnico: Dorival Júnior.

VITÓRIA
Viáfara; Victor Ramos, Wallace e Luciano Almeida; Apodi, Carlos Alberto, Ramirez, Bida (Adriano), Ramon (Washington) e Jackson (Robson); Neto Baiano. Técnico: Paulo César Carpegiani.

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