Balanção

Anteontem terminou o primeiro turno da Série B. Amanhã começa o returno da Série B.

Lojas podem ter uma semana por ano para balanço, mas o futebol brasileiro me deu três dias. Tranquilo.

Números? Vamos a eles. Nos até 112 dias de competição, o Vasco fez 19 partidas, vencendo 11, empatando seis e perdendo apenas duas. Foram 33 gols feitos e apenas 11 tomados. Bela campanha.

Não houve apenas momentos brilhantes. A agoniante sequência de empates está na memória de cada vascaíno, uma espécie de Gallipoli nessa guerra de trincheiras que vem sendo a Série B.

Mas os prós são muito maiores que os contrar. O time ganhou um goleiro (Fernando Prass), um zagueiro (Vílson) e um meia (Alex Teixeira) tirados da cartola mágica do professor Dorival. Futebol é xadrez com seres humanos. Não adianta nada ter boas peças, se você não souber como mexê-las.

E Dorival soube muito bem colocar esse time para funcionar.

Não gosto de ver o time ser tão mexido jogo a jogo como ele costuma fazer, mas é legal ver que quase toda mudança funciona. Isso se chama padrão. Dá trabalho conseguir isso, e a comissão técnica o fez em sete meses.

O torcedor hoje monta um time e um banco de reservas no qual pode confiar.

Análises?

Carlos Alberto é craque. E está a vontade.

Ramon deixou de ser promessa. Souza passou a ser promessa.

Élton é artilheiro. Perde gols, mas só porque está lá para perdê-los. Paciência com o artilheiro-trapalhão. Aloísio vai cair no time como uma luva. De latéx, aquela meio chata para colocar.

Pimpão e Jéferson vem aí. Olho neles, são dois dos jogadores mais promissores deste elenco, infelizmente sofrendo muito com contusões.

Nada está ganho, tudo está aí para ser perdido. Faltam mais 19 jogos, 77 dias, sabe-se lá quantos pontos.

Pontos corridos são uma corrida de 10 mil metros. Ritmo dosado e sprint final.

E nada de tropeços na pista.