sexta-feira, 5 de junho de 2009

O Lado Negro da Força

Quando eu era criança e começava a frequentar estádios, tudo que eu mais queria era ficar junto da Força Jovem.

A maior torcida organizada do Vasco era sinônimo de festa para nós, pequenos torcedores, que respeitávamos todos que vestiam sua camisa.

Lembro bem de, aos 11 anos de idade, ter ido à sede da torcida, na época em Quintino. Levados por meu pai, eu e meu irmão fizemos nossas carteirinhas de membros, e compramos nossas primeiras camisas da Força. Saí de lá orgulhoso, me sentindo homem.

O tempo foi passando, passando, e eu quase nunca ia para a torcida. Preferia assistir aos jogos ao lado do meu pai. E acabei percebendo algumas coisas ao longos dos anos.

A torcida quase nunca cantava o nome do clube. Os gritos de 'Vasco', ou canções exaltando o time e a instituição, eram cada vez mais raras.

Os torcedores pareciam profissionais naquilo. Pensavam apenas em dinheiro, lucravam com os ingressos que ganhavam, apoiavam quem prometia ou dava mais.

E finalmente, em uma viagem que fiz a São Paulo em um ônibus da Força Jovem, vi que a torcida escondia em sua fileira alguns vândalos disfarçados de torcedores.

Cansei daquilo. Passei a ser contra o movimento.

De uns tempos para cá, a Força Jovem parecia ter renascido. Superou brigas internas e recomeçou a cantar o nome do Vasco, mesmo que o tenha feito após o fenômeno Guerreiros do Almirante (os quais respeito e apoio).

Os fatos da noite de quarta-feira vieram mostrar que, infelizmente, nem tudo mudou. Sair do Rio de Janeiro para brigar com torcedores do Corinthians em São Paulo, no dia de uma decisão importantíssima para o clube, mostra que uma parte da torcida ainda está mais preocupada com seu próprio umbigo.

É o lado negro da Força.

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